Hoje trago para vocês um assunto contemporâneo e de extrema importância e para
entenderem melhor o “bullying corporativo”, vou fazer uma breve introdução do
que é a prática do bullying.
Bullying
é uma situação que pode afetar a qualquer gênero e faixa etária, não
restringindo-se apenas a crianças e jovens em ambientes escolares, podem ocorrer em qualquer contexto social como famílias, escola, universidades,
clubes, praças, vizinhança, locais de trabalho. Para a enciclopédia livre
Wikipédia, bullying caracteriza-se por agressões
intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais
indivíduo contra um ou mais indivíduos. O termo bullying tem origem na
palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Embora não se tenha
tradução em português para o termo, podemos entender o bullying como ameaça,
tirania, opressão, intimidação e maltrato.
A
prática do bullying não “surgiu” um dia desses, ele sempre existiu em escalas
menores, mas sempre existiu, de forma mais sutil, velada e menos “divulgada”.
Hoje, esse fenômeno social tem se tornado uma das formas de agressão mais
crescentes e conhecidas no mundo, isso deve-se a influência dos meios
eletrônicos, como a internet, através por exemplo, de vídeos virais de pessoas
sendo humilhadas, maltratadas, xingadas verbalmente enviadas ao público como
teor “humorístico”, reportagens na televisão e outras mídias que divulgam casos cada vez mais frequente de suicídio por causa de bullying, sem falar que no nível de estresse que de forma geral também vem crescendo devido ao cotidiano agitado que levamos.
E um dos meios sociais em que o
bullying vem se tornado mais visível gerando assim objeto de estudo para alguns pesquisadores, é no meio
corporativo. O “bullying corporativo” trata-se de práticas de
constrangimento e menosprezo direcionadas geralmente a colegas de trabalho, nas
relações horizontais, mas as agressões podem vir também nas relações verticais
de chefes para subordinados, na tentativa muitas vezes de estabelecer “poder”. Essa é uma prática que tem se tornado mais
frequente no cotidiano de alguns brasileiros no seu ambiente de trabalho.
O perfil dos
agressores
O perfil de
quem costuma praticar o bullying no ambiente corporativo geralmente enquadra-se em pessoas
que não conseguem transformar a sua raiva em diálogos, querem ser “vistos”, ser notados, ser populares, querem estar associados à referência de autoridade, não se importam com o
sofrimento do outro, pelo contrário, sentem-se satisfeitos com a opressão dos agredidos que muitas vezes "aceitam" a agressão para se sentirem aceitos no meio ou simplesmente abaixam suas cabeças e sofrem calados.
Como
identificar um bullying corporativo
Dentre
muitos pontos, podemos perceber que algum colaborador vem sofrendo de bullying
ao notarmos que ele vem sendo humilhado de forma pontual através de apelidos
preconceituosos, vem sendo excluído de decisões, sofre críticas sem sentido, é tratado de forma diferente dos demais da equipe, é alvo de xingamentos e
piadas, entre outros.
As
consequências
As consequências de quem costuma humilhar, isolar, menosprezar alguém são enormes, vão desde crises
de choro, baixa autoestima, diminuição na produtividade, pedido de demissão, níveis de estresse que podem afetar padrões de alimentação
e de sono, contribuindo para um estado de depressão e pessimismo, doenças
psicossomáticas, fobia social e em casos mais extremo podem levar até mesmo ao
suicídio.
Como evitar
ou combater as situações de bullying
Uma das
formas de se “esquivar” de serem as próximas vítimas dessas agressões ou de combatê-las podem
ser:
Seja mias
discreto, procure não falar sobre sua vida pessoal por aí, as “paredes também
tem ouvidos”, assuntos particulares
devem ser evitados no meio corporativo pois não podemos saber quem pode
aproveitar de suas informações para usá-las contra você na tentativa de lhe ofender,
intimidar, oprimir.
Procure não se expor demais em
redes sociais, não faça dessas redes o seu diário pessoal publicando tudo o que
faz, sente, deseja, ou usando como ferramenta de desabafo, pois isso também
pode ser usado contra você no ambiente corporativo.
Anote
informações dos eventos de agressões como, local, quem estava presente, quem foi
o agressor, para que futuramente você possa ter credibilidade e ser levado à
sério caso seja necessário falar com seus superiores, mas antes que faça isso,
procure o agressor e amigavelmente exponha a situação e o quanto vem se
sentindo incomodado com a situação, isso pode ajudar a eliminar o bullying.
Tudo tem limites, saiba como
brinca e com quem brinca (isso serve para os agressores principalmente), nem todo mundo gosta e leva na brincadeira o fato de ser chamado pelo seu nome no diminutivo ou ser apelidado com algum apelido maldoso, lembre-se que você está em um ambiente corporativo e não em uma roda de amigos,
onde os mesmos aceitam certas “brincadeiras”, procure não criticar o gosto dos
outros, diferenças físicas, etc., todos nós somos únicos e merecemos respeito,
afinal, nem todos são obrigados a gostar do mesmo time de futebol, estilo de
roupa, preferências sexuais que você gosta.
Evite
“falar” sobre a vida dos seus colegas e/ou gestores nos “corredores”, pois é
muito difícil uma fofoquinha ficar somente entre duas pessoas e mas uma vez
enfatizo que devemos nos lembrar sempre que estamos em um ambiente corporativo,
e que uma postura estritamente profissional deve ser mantida.
O site
Administradores.com trouxe em uma de suas matérias várias propostas
que podem ajudar a reverter as situações de bullying profissional de tão
difícil identificação. Onde uma das coisas que torna tão difícil essa
identificação é justamente a dificuldade de se levar o assunto a sério e de se
falar abertamente sobre o tema, essa situação emergente tem nos cobrado um
posicionamento não só como profissionais comprometidos com a saúde dos
colaboradores no combate a essas práticas, mas também como cidadãos não
coniventes dessas situações e gostaria de compartilhar com vocês um trecho
dessa matéria.
O estudo (da A psicóloga Gisele Meter, com vasta experiência na
área de Recursos Humanos) mostrou
ainda que 58% dos participantes já sofreram bullying profissional, e 89%
deles acreditam na importância de adotar políticas claras contra esta prática.
Apenas 5% afirmam trabalhar em empresas nas quais há políticas anti-bullying
por escrito. A instauração de uma atitude clara em relação ao assunto é,
portanto, urgente. No caso do bullying, a máxima "antes prevenir do que
remediar" cabe perfeitamente.
"O ideal é que o primeiro passo a ser dado seja a
instauração de politicas claras de anti bullying, além de muita conversa sobre
o tema. Outra coisa que percebo é que quando falamos sobre isso, as pessoas
acham que é apenas uma brincadeira e que a empresa estaria tolhendo o direito
dos trabalhadores de se expressar e interagir", lamenta Gisele Meter. Por
esse motivo é que a psicóloga afirma a necessidade de explicar claramente,
através de palestras, cartilhas e discussões em grupo, a diferença entre
brincadeiras saudáveis e bullying. No segundo caso, a diversão não é
compartilhada, mas alcançada através do sofrimento de outras pessoas.
André Freire aponta como alternativas serviços externos de
suporte, como por exemplo ouvidorias, para que os funcionários possam denunciar
abusos sem medo de represália. Além disso, o envolvimento do RH com
treinamentos de liderança é importante para esclarecer a diferença entre
cobrança de resultados e assédio moral. Acima de tudo, é preciso pensar e lidar
com o bullying de forma séria. "É preciso saber que bullying é um tipo de
violência e deve ser tratado como tal", conclui Gisele Meter.
É isso gente, espero que tenham gostado e que de alguma forma
esse post com o intuito de promover um novo olhar e um novo posicionamento diante dessa temática, possam “incomodar” vocês, tanto agressores, como agredidos e administradores preocupados com a boa
imagem de suas empresas, bom rendimento, produtividade, clima organizacional e
qualidade de vida de seus colaboradores.
Afinal, comunicação gera confiança e confiança gera resultados
positivos. Uma empresa que não valoriza e não investe em seu capital humano não
consegue “segurar” seus bons funcionários.
Abraços e até a próxima!