4 de fev. de 2015

Bullying Corporativo – O que é e como prevenir ou combater

Hoje trago para vocês um assunto contemporâneo e de extrema importância e para entenderem melhor o “bullying corporativo”, vou fazer uma breve introdução do que é a prática do bullying.
Bullying é uma situação que pode afetar a qualquer gênero e faixa etária, não restringindo-se apenas a crianças e jovens em ambientes escolares, podem ocorrer em qualquer contexto social como famílias, escola, universidades, clubes, praças, vizinhança, locais de trabalho. Para a enciclopédia livre Wikipédia, bullying caracteriza-se por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais indivíduo contra um ou mais indivíduos. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Embora não se tenha tradução em português para o termo, podemos entender o bullying como ameaça, tirania, opressão, intimidação e maltrato.

A prática do bullying não “surgiu” um dia desses, ele sempre existiu em escalas menores, mas sempre existiu, de forma mais sutil, velada e menos “divulgada”. Hoje, esse fenômeno social tem se tornado uma das formas de agressão mais crescentes e conhecidas no mundo, isso deve-se a influência dos meios eletrônicos, como a internet, através por exemplo, de vídeos virais de pessoas sendo humilhadas, maltratadas, xingadas verbalmente enviadas ao público como teor “humorístico”, reportagens na televisão e outras mídias que divulgam casos cada vez mais frequente de suicídio por causa de bullying, sem falar que no nível de estresse que de forma geral também vem crescendo devido ao cotidiano agitado que levamos.

E um dos meios sociais em que o bullying vem se tornado mais visível gerando assim objeto de estudo para alguns pesquisadores, é no meio corporativo. O “bullying corporativo” trata-se de práticas de constrangimento e menosprezo direcionadas geralmente a colegas de trabalho, nas relações horizontais, mas as agressões podem vir também nas relações verticais de chefes para subordinados, na tentativa muitas vezes de estabelecer  “poder”. Essa é uma prática que tem se tornado mais frequente no cotidiano de alguns brasileiros no seu ambiente de trabalho.

O perfil dos agressores

O perfil de quem costuma praticar o bullying no ambiente corporativo geralmente enquadra-se em pessoas que não conseguem transformar a sua raiva em diálogos, querem ser “vistos”, ser notados, ser populares, querem estar associados à referência de autoridade, não se importam com o sofrimento do outro, pelo contrário, sentem-se satisfeitos com a opressão dos agredidos que muitas vezes "aceitam" a agressão para se sentirem aceitos no meio ou simplesmente abaixam suas cabeças e sofrem calados.

Como identificar um bullying corporativo

Dentre muitos pontos, podemos perceber que algum colaborador vem sofrendo de bullying ao notarmos que ele vem sendo humilhado de forma pontual através de apelidos preconceituosos, vem sendo excluído de decisões, sofre críticas sem sentido, é tratado de forma diferente dos demais da equipe, é alvo de xingamentos e piadas, entre outros.

As consequências

As consequências de quem costuma humilhar, isolar, menosprezar alguém são enormes, vão desde crises de choro, baixa autoestima, diminuição na produtividade, pedido de demissão, níveis de estresse que podem afetar padrões de alimentação e de sono, contribuindo para um estado de depressão e pessimismo, doenças psicossomáticas, fobia social e em casos mais extremo podem levar até mesmo ao suicídio.

Como evitar ou combater as situações de bullying

Uma das formas de se “esquivar” de serem as próximas vítimas dessas agressões ou de combatê-las podem ser:

Seja mias discreto, procure não falar sobre sua vida pessoal por aí, as “paredes também tem  ouvidos”, assuntos particulares devem ser evitados no meio corporativo pois não podemos saber quem pode aproveitar de suas informações para usá-las contra você na tentativa de lhe ofender, intimidar, oprimir.

Procure não se expor demais em redes sociais, não faça dessas redes o seu diário pessoal publicando tudo o que faz, sente, deseja, ou usando como ferramenta de desabafo, pois isso também pode ser usado contra você no ambiente corporativo.

Anote informações dos eventos de agressões como, local, quem estava presente, quem foi o agressor, para que futuramente você possa ter credibilidade e ser levado à sério caso seja necessário falar com seus superiores, mas antes que faça isso, procure o agressor e amigavelmente exponha a situação e o quanto vem se sentindo incomodado com a situação, isso pode ajudar a eliminar o bullying.

Tudo tem limites, saiba como brinca e com quem brinca (isso serve para os agressores principalmente), nem todo mundo gosta e leva na brincadeira o fato de ser chamado pelo seu nome no diminutivo ou ser apelidado com algum apelido maldoso, lembre-se que você está em um ambiente corporativo e não em uma roda de amigos, onde os mesmos aceitam certas “brincadeiras”, procure não criticar o gosto dos outros, diferenças físicas, etc., todos nós somos únicos e merecemos respeito, afinal, nem todos são obrigados a gostar do mesmo time de futebol, estilo de roupa, preferências sexuais que você gosta.

Evite “falar” sobre a vida dos seus colegas e/ou gestores nos “corredores”, pois é muito difícil uma fofoquinha ficar somente entre duas pessoas e mas uma vez enfatizo que devemos nos lembrar sempre que estamos em um ambiente corporativo, e que uma postura estritamente profissional deve ser mantida.

O site Administradores.com trouxe em uma de suas matérias várias propostas que podem ajudar a reverter as situações de bullying profissional de tão difícil identificação. Onde uma das coisas que torna tão difícil essa identificação é justamente a dificuldade de se levar o assunto a sério e de se falar abertamente sobre o tema, essa situação emergente tem nos cobrado um posicionamento não só como profissionais comprometidos com a saúde dos colaboradores no combate a essas práticas, mas também como cidadãos não coniventes dessas situações e gostaria de compartilhar com vocês um trecho dessa matéria.
O estudo (da A psicóloga Gisele Meter, com vasta experiência na área de Recursos Humanos) mostrou ainda que 58% dos participantes já sofreram bullying profissional, e 89% deles acreditam na importância de adotar políticas claras contra esta prática. Apenas 5% afirmam trabalhar em empresas nas quais há políticas anti-bullying por escrito. A instauração de uma atitude clara em relação ao assunto é, portanto, urgente. No caso do bullying, a máxima "antes prevenir do que remediar" cabe perfeitamente.
"O ideal é que o primeiro passo a ser dado seja a instauração de politicas claras de anti bullying, além de muita conversa sobre o tema. Outra coisa que percebo é que quando falamos sobre isso, as pessoas acham que é apenas uma brincadeira e que a empresa estaria tolhendo o direito dos trabalhadores de se expressar e interagir", lamenta Gisele Meter. Por esse motivo é que a psicóloga afirma a necessidade de explicar claramente, através de palestras, cartilhas e discussões em grupo, a diferença entre brincadeiras saudáveis e bullying. No segundo caso, a diversão não é compartilhada, mas alcançada através do sofrimento de outras pessoas.
André Freire aponta como alternativas serviços externos de suporte, como por exemplo ouvidorias, para que os funcionários possam denunciar abusos sem medo de represália. Além disso, o envolvimento do RH com treinamentos de liderança é importante para esclarecer a diferença entre cobrança de resultados e assédio moral. Acima de tudo, é preciso pensar e lidar com o bullying de forma séria. "É preciso saber que bullying é um tipo de violência e deve ser tratado como tal", conclui Gisele Meter.

É isso gente, espero que tenham gostado e que de alguma forma esse post com o intuito de promover um novo olhar e um novo posicionamento diante dessa temática, possam “incomodar” vocês, tanto agressores, como agredidos e administradores preocupados com a boa imagem de suas empresas, bom rendimento, produtividade, clima organizacional e qualidade de vida de seus colaboradores.

Afinal, comunicação gera confiança e confiança gera resultados positivos. Uma empresa que não valoriza e não investe em seu capital humano não consegue “segurar” seus bons funcionários.

Abraços e até a próxima!

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