Ao contrário do que muita gente
pensa, transtornos mentais não são frutos da imaginação, nem “frescura”,
sinônimo de fraqueza de caráter, “doença da moda” ou “doença de rico”, são
transtornos reais que causam sofrimentos reais, podendo até mesmo levar à
morte.
Várias
organizações preferem usar o termo “transtorno mental” ao invés de “doença
mental” e “paciente mental” alegando que estes apoiam a dominação do modelo
médico.
Transtornos
mentais são condições de “anormalidade” ou comprometimento de ordem
psicológica, mental ou cognitiva que afetam o desenvolvimento do indivíduo em
seu âmbito familiar, social, profissional, escolar, na compreensão dos outros e
de si mesmo, na possibilidade de desenvolver autocrítica, na tolerância a
problemas do dia a dia e no alcance do prazer na vida em vários domínios.
Os
transtornos mentais, em geral resultam da soma de muitos fatores como:
• Alterações no funcionamento do cérebro;
• Fatores genéticos;
• Fatores da própria personalidade do indivíduo;
• Ação de um grande número de estresses;
• Agressões de ordem física e psicológica;
• Perdas, decepções, frustrações e sofrimentos físicos e psíquicos que perturbam o equilíbrio emocional;
• Fatores genéticos;
• Fatores da própria personalidade do indivíduo;
• Ação de um grande número de estresses;
• Agressões de ordem física e psicológica;
• Perdas, decepções, frustrações e sofrimentos físicos e psíquicos que perturbam o equilíbrio emocional;
Pode-se então
afirmar que os transtornos mentais não têm uma causa específica, mas que são
formados por fatores biológicos, psicológicos e socioculturais.
É imprudente
assimilar transtorno mental à loucura, o indivíduo não é louco, mas está doente
e precisa de tratamento médico e/ou outros tratamentos, como tantas outras doenças
somáticas. Os transtornos mentais como a ansiedade, depressão,
distúrbios alimentares, dependência química, demência e esquizofrenia podem
afetar qualquer indivíduo a qualquer momento e a qualquer época da sua vida.
O fato é que os transtornos são
bem mais comuns do que se imagina. Segundo a OMS (Organização Mundial da
Saúde), os transtornos mentais atingem cerca de 700 milhões de pessoas no
mundo, representando 13% do total de todas as doenças. Provavelmente você deve
conhecer alguém que tenha ou teve algum transtorno mental, mas apesar de serem
comuns, o sofrimento e o sentimento de incapacidade que são causadas por essas
doenças podem ser bem maiores comparados com outros problemas de saúde.
O Projeto São Paulo Megacity:
estudo realizado pelo IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas
de São Paulo com 5.037 residentes dos 39 municípios da região da Grande São
Paulo, em 2012, indicou que a cidade com o maior índice de habitantes com
transtornos mentais aqui no Brasil é a capital paulista.
Segundo a Agência FAPESP - Quase
30% dos habitantes da Região Metropolitana de São Paulo apresentam transtornos
mentais, de acordo com um estudo que reuniu dados epidemiológicos de 24 países.
A prevalência de transtornos mentais na metrópole paulista foi a mais alta
registrada em todas as áreas pesquisadas.
A meu ver
todos esses dados são identificadores alarmantes e que precisam ser levados em
consideração desde já, não podemos esperar que esses dados venham a aumentar,
até porque a nossa realidade de estarmos o tempo todo rodeados de agentes
estressores e entre outros contribuem para isso. Penso que uma sociedade bem
informada torna-se mais atenta e consciente de seu poder para prevenir e
intervir quando preciso. É preciso acabar com esse estigma ligado a quem tem ou
teve doença mental agarrado em inúmeros mitos e desinformações, dentre estes, de
que o individuo com transtorno mental é “louco” apenas porque faz ou fez algum
tratamento psiquiátrico ou é observado algum tipo de “anomalia” mesmo que esta
“anomalia” não venha a comprometer sua vida.
Acredito que para termos uma
sociedade bem informada e preparada para lhe dar com essa realidade cada vez
mais crescente em nossos dias atuais, deve haver um maior investimento no
desenvolvimento de mais pesquisas que nos dêem um norte de qual caminho trilhar
para buscarmos um equilíbrio da saúde mental da população, muitas coisas ainda
precisam ser descobertas, devem dar mais espaço para a divulgação em mídia do
que são esses transtornos, como identificar e como buscar tratamento, os
debates no meio acadêmico devem acontecer com mais freqüência como forma
inclusiva e como forma de diluir os preconceitos estabelecidos pela sociedade.
O preconceito e a desinformação
são os maiores vilãos de quem encontra-se com algum transtorno mental, o temor
de ser rejeitado por seus familiares, amigos e colegas de trabalho bem como ser
desvalorizado e tachado pela sociedade de “louco” apenas porque fez ou faz
algum tratamento psiquiátrico é um dos maiores fatores pela escolha de não
buscar um tratamento adequado.
Vamos fazer a nossa parte e mudar
nossos conceitos e atitudes diante dessa realidade, cabe somente a nós proporcionar
melhores oportunidades a estas pessoas para que elas possam ter qualidade de
vida, voltando-se para a sociedade como seres produtivos e principalmente
confiantes de si e de seus propósitos.
Afinal, se prestamos mais atenção...
“De perto ninguém é normal.” (Caetano Veloso)
Beijos e até a próxima!
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