28 de jul. de 2015

Do Estresse ao Burnout: Conceitos, Causas e Estatísticas

Olá gente!!! Voltei e voltei para ficar! Rsrs

Depois de tanto tempo sem escrever devido a correria do dia a dia, volto hoje, trazendo para vocês informações sobre uma síndrome ao qual seu termo não é muito conhecido, mas que vem sido discutida há décadas! Tenho certeza que de cara alguns de vocês se identificarão ou identificarão alguém devido seus sintomas serem bem comuns.

Segundo  uma pesquisa realizada pelo Isma-BR (International Stress Managemet Association no Brasil) em 2010, cerca de 70% dos profissionais brasileiros sofrem de estresse no trabalho. Um número absurdamente alarmante não acham?  
E tem mais, em proporção mundial, o percentual de estresse num contexto geral, chega a atingir cerca de 90% da população, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS). E para piorar ainda mais, o Brasil ocupou o segundo colocado dentre os oito países pesquisados pelo instituto, perdendo apenas para o Japão.

*Gráfico gerado a partir da pesquisa realizada pelo Isma - BR






Dentre os motivos que levam os brasileiros a ficarem estressados, a psicóloga e presidente do Isma-BR, Ana Maria Rossi, aponta a pressão diária do trabalho, juntamente com o trânsito e, este ano (2010), as eleições e o futuro político do Brasil.
Segundo o mesmo instituto, sua pesquisa também constatou que cerca de 30% dos profissionais brasileiros sofrem do estágio mais avançado do estresse profissional, a Síndrome de Burnout.







Conceituando

Para entender melhor o assunto é preciso compreender que a Síndrome de Burnout origina-se a partir do alto nível de estresse ocupacional, por isso começarei falando um pouco desse estresse.
Embasadas em sendo comum, as pessoas costumam usar a palavra “estresse” para associá-la por exemplo com um dia corrido e cheio de atividades e resultados que tiveram que entregar no trabalho, porém, isso não vai significar que ter tantas atividades e resultados a entregar gere sinais de estresse ocupacional. É muito fácil falar de estresse, porém, poucos sabem o que de fato ele é e o tamanho do mal que ele pode acarretar quando em escalas elevadas.

A palavra "estresse" tem origem na palavra inglesa "stress", que significa "pressão", "tensão" ou "insistência". Estresse é um estado em que ocorre um desgaste emocional da “máquina” humana e/ou comprometimento da habilidade do indivíduo, basicamente decorrente de uma incapacidade crônica do organismo de tolerar, superar, ou se adaptar às exigências de natureza psicológica existentes em seu ambiente de vida (VIEIRA, 2001). Ou seja, o corpo é obrigado a reagir frente a um agente estressor externo liberando hormônios para combater esse agente.
Um dos maiores males da atualidade é o estresse, lidamos todos os dias com um ritmo frenético em nosso trabalho, com um mercado competitivo, onde a busca por melhores resultados são imprescindíveis.

O estresse ocupacional acaba surgindo de uma desigualdade entre as demandas existentes no trabalho e a habilidade ou possibilidade do trabalhador em enfrentá-las. As causas para o estresse no ambiente de trabalho podem ser muitas: 

  • Inadequação do salário;
  • Ambiente desagradável (barulhento, sujo, sem iluminação,...);
  • Longas jornadas;
  • Falta de autonomia;
  • Conflitos com colegas e superiores;
  • Monotonia;
  • Insegurança;
  • Má atribuição de responsabilidade;
  • Gerenciamento inadequado;
  • Falta de autonomia;
  • A falta de prospecção de carreira, etc.


A Síndrome de Burnout origina do inglês “to burn out” que significa “queimar por completo”, é um estado de tensão emocional e estresse crônico provocado por condições de trabalho muito desgastantes. O próprio termo “burnout” demonstra que esse desgaste danifica aspectos físicos e psicológicos da pessoa.
Também é chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional, esse foi o termo empregado pela primeira vez em 1970 pelo psicanalista nova-iorquino, Freudenberger, após constatá-la em si mesmo.
Atenção pessoal! A Síndrome de Burnout pode atingir qualquer profissão, mas ela é mais evidenciada em profissionais que lidam direto e intensamente com pessoas e influenciam suas vidas. É o caso de pessoas das áreas de educação, assistência social, saúde, recursos humanos, bombeiros, policiais, advogados e jornalistas.

Os 12 indicadores até a Síndrome de Burnout!

Segundo os pesquisadores Herbert Freudenberger e Gail North, o esgotamento profissional não ocorre da noite para o dia, mas é um processo gradual. Sendo assim eles dividiram o processo de esgotamento em 12 estágios (a ordem em que aparecem no texto não necessariamente é a ordem em que se manifestam nas pessoas).

      1. Necessidade de se afirmar: No começo, verifica-se com frequência uma ambição exagerada. Ânsia por fazer as coisas, interesse e desejo de se realizar na profissão transformam-se em obstinação e na compulsão por desempenho. É preciso provar constantemente aos colegas – e, sobretudo, a sí mesmo – que faz o trabalho muito bem e que é plenamente capaz.

 2. Dedicação intensificada: Para fazer juz às expectativas desmedidas, vai-se um pouco além e se intensifica a dedicação. Delegar tarefas torna-se cada vez mais difícil. Em vez disto, predomina o sentimento de que tem de fazer tudo sozinho, até para demonstrar que é imprescindível.

 3. Descaso com as próprias necessidades: Praticamente todo o tempo disponível é reservado para a vida profissional. Outras necessidades, como dormir, comer ou encontrar-se com amigos são descartadas como fúteis. Atividades de lazer perdem o sentido. A pessoa justifica para si mesma a renúncia como desempenho heroico.

      4. Recalque de conflitos: Percebe-se que alguma coisa não vai bem, mas não se enfrenta o problema. Confrontá-lo pode deflagrar uma crise e, por isso, o problema é visto como uma ameaça. Os primeiros problemas físicos começam a aparecer.

 5. Reinterpretação dos valores: Isolamento, fuga dos conflitos e negação das próprias necessidades modificam a percepção. O que antes era importante, como amigos ou passatempo, sofre uma completa desvalorização. A única medida da própria relevância e da auto-estima é o trabalho. Tudo o mais é subordinado a esse objetivo. O embotamento emocional é visível.

 6. Negação de problemas: O principal sintoma desta fase é a intolerância. Os outros são percebidos como incapazes, preguiçosos, exigentes demais ou indisciplinados. Predomina o sentimento de que os contatos sociais são quase insuportáveis. Cinismo e agressão tornam-se mais evidentes. Eventuais problemas são atribuídos exclusivamente à falta de tempo e à jornada de trabalho, e não à transformação pela qual se está passando.

7. Recolhimento: Os contatos sociais são reduzidos ao mínimo. Vive-se recolhido, com a crescente sensação de desesperança e desorientação. No trabalho, “faz-se estritamente o necessário”. Nesta fase, muitos recorrem ao álcool ou às drogas.

 8. Mudanças evidentes de comportamento: Agora, é impossível para os outros não perceber a transformação pessoal. Os outrora tão dedicados e ativos revelam-se amedrontados, tímidos e apáticos. Atribuem a culpa ao mundo à sua volta. Interiormente sentem-se cada vez mais inúteis.

  9.  Despersonalização: Nesta fase, rompe-se o contato consigo próprio. Ninguém mais parece ter valor, nem o próprio afetado nem os outros, as necessidades pessoais deixam de ser percebidas. A perspectiva temporal restringe-se ao presente. A vida é rebaixada ao mero funcionamento mecânico.

 10. Vazio interior: A sensação de vazio interior é cada vez mais forte e mais ampla. A fim de superá-la, procura-se nervosamente por atividades. Surgem reações excessivas, como intensificação da vida sexual, alimentação exagerada e consumo de álcool e drogas. Tempo livre é tempo vazio, entorpecido.

 11. Depressão: Aqui, síndrome do esgotamento equivale a depressão. A pessoa se torna indiferente, desesperançada, exausta e não vê perspectivas. Todos os sintomas dos estados depressivos podem se manifestar, desde a agitação até a apatia. A vida perde o sentido.

 12.  Síndrome do esgotamento profissional: Este estágio corresponde ao total colapso físico e psíquico. Quase todos os afetados pensam em suicídio e não são poucos os que a ele recorrem. Pacientes neste estado constituem casos de emergência: precisam de ajuda médica e psicológica o mais rápido possível.

Tendo em vista os doze estágios listados acima cabe ao profissional avaliar com profunda sinceridade seu estado atual. Permanecer em um estado de stress constante pode, além dos efeitos citados anteriormente, inclusive comprometer seriamente a qualidade do trabalho e seu rendimento. Apesar das exigências modernas pela velocidade e produtividade é necessário avaliar nossos limites físicos e psíquicos para que o trabalho ou a vida profissional, acima de tudo, tenham qualidade, peça fundamental nas empresas modernas.

**Em breve trarei mais sobre os sintomas da síndrome e seu tratamento.**

Espero que tenham gostado e que possam me fornecer feedback para que eu possa saber as postagens estão atendendo às expectativas de vocês e sugestões de temas para que eu possa trazer aqui no blog. 



Beijos in Joy e até mais!! ;)

4 de fev. de 2015

Bullying Corporativo – O que é e como prevenir ou combater

Hoje trago para vocês um assunto contemporâneo e de extrema importância e para entenderem melhor o “bullying corporativo”, vou fazer uma breve introdução do que é a prática do bullying.
Bullying é uma situação que pode afetar a qualquer gênero e faixa etária, não restringindo-se apenas a crianças e jovens em ambientes escolares, podem ocorrer em qualquer contexto social como famílias, escola, universidades, clubes, praças, vizinhança, locais de trabalho. Para a enciclopédia livre Wikipédia, bullying caracteriza-se por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais indivíduo contra um ou mais indivíduos. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Embora não se tenha tradução em português para o termo, podemos entender o bullying como ameaça, tirania, opressão, intimidação e maltrato.

A prática do bullying não “surgiu” um dia desses, ele sempre existiu em escalas menores, mas sempre existiu, de forma mais sutil, velada e menos “divulgada”. Hoje, esse fenômeno social tem se tornado uma das formas de agressão mais crescentes e conhecidas no mundo, isso deve-se a influência dos meios eletrônicos, como a internet, através por exemplo, de vídeos virais de pessoas sendo humilhadas, maltratadas, xingadas verbalmente enviadas ao público como teor “humorístico”, reportagens na televisão e outras mídias que divulgam casos cada vez mais frequente de suicídio por causa de bullying, sem falar que no nível de estresse que de forma geral também vem crescendo devido ao cotidiano agitado que levamos.

E um dos meios sociais em que o bullying vem se tornado mais visível gerando assim objeto de estudo para alguns pesquisadores, é no meio corporativo. O “bullying corporativo” trata-se de práticas de constrangimento e menosprezo direcionadas geralmente a colegas de trabalho, nas relações horizontais, mas as agressões podem vir também nas relações verticais de chefes para subordinados, na tentativa muitas vezes de estabelecer  “poder”. Essa é uma prática que tem se tornado mais frequente no cotidiano de alguns brasileiros no seu ambiente de trabalho.

O perfil dos agressores

O perfil de quem costuma praticar o bullying no ambiente corporativo geralmente enquadra-se em pessoas que não conseguem transformar a sua raiva em diálogos, querem ser “vistos”, ser notados, ser populares, querem estar associados à referência de autoridade, não se importam com o sofrimento do outro, pelo contrário, sentem-se satisfeitos com a opressão dos agredidos que muitas vezes "aceitam" a agressão para se sentirem aceitos no meio ou simplesmente abaixam suas cabeças e sofrem calados.

Como identificar um bullying corporativo

Dentre muitos pontos, podemos perceber que algum colaborador vem sofrendo de bullying ao notarmos que ele vem sendo humilhado de forma pontual através de apelidos preconceituosos, vem sendo excluído de decisões, sofre críticas sem sentido, é tratado de forma diferente dos demais da equipe, é alvo de xingamentos e piadas, entre outros.

As consequências

As consequências de quem costuma humilhar, isolar, menosprezar alguém são enormes, vão desde crises de choro, baixa autoestima, diminuição na produtividade, pedido de demissão, níveis de estresse que podem afetar padrões de alimentação e de sono, contribuindo para um estado de depressão e pessimismo, doenças psicossomáticas, fobia social e em casos mais extremo podem levar até mesmo ao suicídio.

Como evitar ou combater as situações de bullying

Uma das formas de se “esquivar” de serem as próximas vítimas dessas agressões ou de combatê-las podem ser:

Seja mias discreto, procure não falar sobre sua vida pessoal por aí, as “paredes também tem  ouvidos”, assuntos particulares devem ser evitados no meio corporativo pois não podemos saber quem pode aproveitar de suas informações para usá-las contra você na tentativa de lhe ofender, intimidar, oprimir.

Procure não se expor demais em redes sociais, não faça dessas redes o seu diário pessoal publicando tudo o que faz, sente, deseja, ou usando como ferramenta de desabafo, pois isso também pode ser usado contra você no ambiente corporativo.

Anote informações dos eventos de agressões como, local, quem estava presente, quem foi o agressor, para que futuramente você possa ter credibilidade e ser levado à sério caso seja necessário falar com seus superiores, mas antes que faça isso, procure o agressor e amigavelmente exponha a situação e o quanto vem se sentindo incomodado com a situação, isso pode ajudar a eliminar o bullying.

Tudo tem limites, saiba como brinca e com quem brinca (isso serve para os agressores principalmente), nem todo mundo gosta e leva na brincadeira o fato de ser chamado pelo seu nome no diminutivo ou ser apelidado com algum apelido maldoso, lembre-se que você está em um ambiente corporativo e não em uma roda de amigos, onde os mesmos aceitam certas “brincadeiras”, procure não criticar o gosto dos outros, diferenças físicas, etc., todos nós somos únicos e merecemos respeito, afinal, nem todos são obrigados a gostar do mesmo time de futebol, estilo de roupa, preferências sexuais que você gosta.

Evite “falar” sobre a vida dos seus colegas e/ou gestores nos “corredores”, pois é muito difícil uma fofoquinha ficar somente entre duas pessoas e mas uma vez enfatizo que devemos nos lembrar sempre que estamos em um ambiente corporativo, e que uma postura estritamente profissional deve ser mantida.

O site Administradores.com trouxe em uma de suas matérias várias propostas que podem ajudar a reverter as situações de bullying profissional de tão difícil identificação. Onde uma das coisas que torna tão difícil essa identificação é justamente a dificuldade de se levar o assunto a sério e de se falar abertamente sobre o tema, essa situação emergente tem nos cobrado um posicionamento não só como profissionais comprometidos com a saúde dos colaboradores no combate a essas práticas, mas também como cidadãos não coniventes dessas situações e gostaria de compartilhar com vocês um trecho dessa matéria.
O estudo (da A psicóloga Gisele Meter, com vasta experiência na área de Recursos Humanos) mostrou ainda que 58% dos participantes já sofreram bullying profissional, e 89% deles acreditam na importância de adotar políticas claras contra esta prática. Apenas 5% afirmam trabalhar em empresas nas quais há políticas anti-bullying por escrito. A instauração de uma atitude clara em relação ao assunto é, portanto, urgente. No caso do bullying, a máxima "antes prevenir do que remediar" cabe perfeitamente.
"O ideal é que o primeiro passo a ser dado seja a instauração de politicas claras de anti bullying, além de muita conversa sobre o tema. Outra coisa que percebo é que quando falamos sobre isso, as pessoas acham que é apenas uma brincadeira e que a empresa estaria tolhendo o direito dos trabalhadores de se expressar e interagir", lamenta Gisele Meter. Por esse motivo é que a psicóloga afirma a necessidade de explicar claramente, através de palestras, cartilhas e discussões em grupo, a diferença entre brincadeiras saudáveis e bullying. No segundo caso, a diversão não é compartilhada, mas alcançada através do sofrimento de outras pessoas.
André Freire aponta como alternativas serviços externos de suporte, como por exemplo ouvidorias, para que os funcionários possam denunciar abusos sem medo de represália. Além disso, o envolvimento do RH com treinamentos de liderança é importante para esclarecer a diferença entre cobrança de resultados e assédio moral. Acima de tudo, é preciso pensar e lidar com o bullying de forma séria. "É preciso saber que bullying é um tipo de violência e deve ser tratado como tal", conclui Gisele Meter.

É isso gente, espero que tenham gostado e que de alguma forma esse post com o intuito de promover um novo olhar e um novo posicionamento diante dessa temática, possam “incomodar” vocês, tanto agressores, como agredidos e administradores preocupados com a boa imagem de suas empresas, bom rendimento, produtividade, clima organizacional e qualidade de vida de seus colaboradores.

Afinal, comunicação gera confiança e confiança gera resultados positivos. Uma empresa que não valoriza e não investe em seu capital humano não consegue “segurar” seus bons funcionários.

Abraços e até a próxima!

24 de jan. de 2015

PATERNIDADE X PATERNAGEM - RESENHA DO FILME: O QUE ESPERAR QUANDO VOCÊ ESTÁ ESPERANDO

Paternidade X Paternagem dentro do filme

O filme foi baseado no livro para gestantes: O que esperar quando você está esperando de autoria de Arlene Eisenberg, Heidi Murkoff e Sandee Hathaway, que traz a realidade das gestantes no que diz respeito aos primeiros sintomas da gravidez, dúvidas, medos do pré e pós-parto (puerpério), dieta ideal a seguir etc. Abaixo destaquei minhas observações diante dos cenários: Análise dos pais de fatores biológicos que exercem a paternagem, os apenas biológicos e os que não são biológicos e não exercem a paternagem.


Lembrando que, para compreenderem melhor do que estarei falando é interessante que já tenham assistido ao filme, assim, ficará muito mais fácil a compreensão do que estarei trazendo ok?!

1. Análise dos pais de fatores biológicos que exercem a paternagem

       Levando em consideração que a paternidade vem de propriedade biológica e qualquer homem fértil pode usufruir da paternidade, observei no filme três casais dentro dessa esfera, que além de serem biológicos faziam de fato “juz” ao papel de pai exercendo a paternagem de modo incondicional.

1º Casal: Ele dançarino, ela, dançarina e apresentadora, estavam saindo, porém não tinham um compromisso sério e nem tão pouco desejavam serem pais, porém depois de saberem que seriam pais, o futuro pai de cara aceita e deseja fazer parte da gestação querendo também participar das decisões, porém é impedido pela mãe que se acha totalmente independente, quer levar a gravidez sozinha achando-se dona de si e do bebê, afinal, é a mulher quem vivencia as modificações em seu corpo e sente o bebê crescer dentro de si, o que não justifica que por isso queira tomar a decisão de tudo impedindo que o pai também participe dessa relação díade mãe-bebê.

2º Casal: Dona de loja de artigos para bebê e autora de um livro infantil, ela e o seu marido, desejavam muito serem pais e tentavam engravidar à dois anos, apesar da mulher acabar tornando a tentativa de engravidar um pouco forçada, o futuro pai o (bebê) desejava.  

4º Casal: Eram ex colegas de escola, vendedor de sanduíches de bacon e queijo e a vendedora de sanduíches de queijo e bacon, começam como concorrentes e depois de uma aposta começam a sair juntos, com apenas uma saída ela engravida e entra em pânico, pois não era o que queria, ele tenta se sair da responsabilidade com medo, pergunta o que ela pretende fazer, mas apesar de um início conturbado, eles decidem morar juntos e ele começa a gostar da idéia de ser pai tirando até fotos toda semana para acompanhar o desenvolvimento do bebê, começa a falar com o bebê afetando a mãe de forma positiva provando que o vínculo paterno já estava sendo desenvolvido. Porém em uma noite ao dormir ela sangra muito e ele, com muito cuidado e apreensivo a leva ao hospital e lá descobrem que ela sofreu um aborto espontâneo, o sentimento de decepção, sofrimento e culpa  toma conta do ambiente e ela decide não dar mais continuidade à relação já que ela achava que ele só estava preso a ela porque soube que iria ser pai, no final, eles acabam tentando ficar juntos de novo, agora, sem pressões.
                                                                               


2. Análise do pai apenas de fator biológico

5º Casal: Piloto de carro de corrida e vencedor, casado com uma bela mulher, dão a notícia ao filho (do casal 2) com muito entusiasmo, porém demonstra uma péssima relação com o mesmo, seu filho mais velho, achando que dinheiro compra tudo se ausentou do papel de pai durante toda a sua vida demonstrando que a pesar de seu lado pai biológico, a paternagem não estava sendo exercida. É nesse caso que vemos que os conflitos infantis conscientes e inconscientes são postos a tona pelo filho que reclama que o pai sempre foi ausente e se sente pressionado a sempre vencer em alguma coisa apenas porque o seu pai é o melhor piloto de corrida.

3. Análise do pai que não é biológico e não exerce a paternagem

       Apenas um casal foi colocado no filme com o "desejo" de serem pais adotivos. Trazendo à memória um exemplo que a meu ver não se encaixa nem em paternagem e nem em paternidade, pois por parte do homem fica visível a falta de comprometimento.

3º Casal: Ela, fotógrafa de aquários, não conseguia ovular, tinha um dom de se relacionar com crianças e desejava muito adotar um filho, entretanto seu marido, um administrador, não demonstrava tanto entusiasmo desde a visita da agente em sua casa, ele apresenta traços de preconceito ao dizer que só estavam na fila para adotar um bebê da Etiópia porque não tinha mais nenhum bebê branco para ser adotado, isso me pareceu insensível e um tanto preconceituoso, ela, porém, sempre entusiasmada, parece que está muito mais jogada na proposta de ser mãe por adoção do que o pai, nele não há paternidade e tão pouco a paternagem do começo ao fim sempre evidenciando receio, indiferença, insegurança, medo da responsabilidade de ser pai demonstrada principalmente quando por imposição da esposa decide participar de um grupo de quatro pais que de fato exercem a paternidade e a paternagem de forma bem concreta.
                                                                                                                            


 Espero que tenham ajudado de uma forma prática a compreenderem o que envolvem de fato a paternidade e paternagem. 

Beijoos e até mais! ;)







20 de jan. de 2015

Campanha do Janeiro Branco Inédita no Brasil


Gente, vocês se lembram que falei no post: O que são transtornos mentais? Sobre a Região Metropolitana de São Paulo que teve em 2012 a maior prevalência de habitantes com transtornos mentais aqui no Brasil chegando a atingir 30% dos habitantes da grande metrópole? Pois é, descobri que em Uberlândia/MG, ações em prol da Saúde Mental possibilitando conscientização, prevenção e promoção da saúde, já estão sendo tomadas.

A Campanha Janeiro Branco Inédita aqui no Brasil, começa a mobilizar a sociedade, a iniciativa partiu dos psicólogos da cidade de Uberlândia/MG que segundo o site oficial da Campanha, o objetivo da Campanha é fortalecer a presença do tema Saúde Mental e chamar atenção dos indivíduos e instituições sociais para várias das condições que contribuem para um psiquismo e uma sociabilidade saudáveis, tais como: afeto, respeito, responsabilidade, propósitos, limites, cuidados, potenciais das relações entre pessoas, etc.

 “Convidamos todos os profissionais das diversas áreas do conhecimento a questionarem-se: Como posso usar o que sei a favor da Saúde Mental, no sentido de favorecer a qualidade de vida e o bem estar das pessoas, bem como o equilíbrio emocional, o sentido existencial e a harmonia social?”, diz Abrahão, um dos organizadores do evento. 
A cor branca foi escolhida porque simboliza a paz, a pureza e a base a partir da qual tudo é possível proporcionando assim novas possibilidades. O mês também não foi escolhido por acaso, é no mês de Janeiro que as pessoas estão mais propensas a repensarem sobre suas ações e sobre o que desejam levar para suas vidas.
No último dia 10 de Janeiro aconteceu a Caminhada em Prol da Saúde Mental e de Inauguração das Ações do Janeiro Branco onde centenas de pessoas compareceram no Parque do Sabiá, no período de 13 a 25 de Janeiro foram programadas palestras com tema “Saúde Mental” em vários locais da cidade e no dia 31 de Janeiro, será promovida uma mesa-redonda sobre a mesma temática das palestras.

Adorei a iniciativa dos psicólogos de Uberlândia e torço para que esse projeto seja estendido aos demais estados do Brasil, Campanhas como esta são muito significativas para mudarmos a realidade que enfrentamos de vermos crescer dia a dia não só índices de pessoas com transtornos mentais, mas também, os índices de violência de todos os tipos, dependentes químicos, preconceitos, mortalidade por desistência da vida no caso de depressões profundas, assédio moral em organizações, entre outros.

Para saber mais detalhes sobre a Campanha Janeiro Branco e Agenda, acessem: http://www.janeirobranco.org/

Abracem essa ideia você também!

Paz e bons frutos!

19 de jan. de 2015

Reflexão sobre a música: Mais Uma Vez


Já pararam para refletir na letra desta música (Mais uma vez) de Renato Russo da Legião Urbana?! É uma das que mais gosto, simples, mais que me toca e me chama rapidamente a várias reflexões toda vez que a escuto.

Reflexões tais como: Já pararam para pensar que não importa o temporal que caia onde você mora e que às vezes nos dá até a impressão que teremos um dilúvio novamente como nos “tempos de Noé”, sempre temos a certeza de que passados um dia, dois dias, uma semana ou até mais... Uma hora o sol voltará a reinar novamente lindo e radiante. Isso me faz pensar que não importa o quão ruim seja o momento que podemos estar passando, uma hora esse momento vai passar e em alguns casos, poderemos até rir das lembranças e tirar proveito desse “dia mau” nos fortalecendo como pessoa cada vez mais.
Nunca deixe alguém ou alguma coisa matar os seus sonhos, pois são eles que dão sentido à vida, são eles que nos impulsionam todos os dias a seguir em frente e a nos reinventar na tentativa de buscarmos um novo caminho quando o caminho que estamos seguindo não nos é mais favorável.

Acredito na força de nossa vontade e que quem acredita sempre alcança (mas é claro se você correr atrás), talvez não alcance tudo aquilo que idealizou, mas alcance tudo aquilo que de fato seja essencial para sua vida.  

Poderia passar um bom tempo escrevendo só sobre essa música... Mas não quero enfadar vocês, srsrs. Então, convido vocês a refletirem por si sós nessa letra e viajar para onde quiserem. 



Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.

Tem gente que está do mesmo lado que você, mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente, veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo        
Quem acredita sempre alcança!

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem Ou que seus planos nunca vão dar certo, Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros, Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende, Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!


O que são Transtornos Mentais e porque geram tanto estigma?

Ao contrário do que muita gente pensa, transtornos mentais não são frutos da imaginação, nem “frescura”, sinônimo de fraqueza de caráter, “doença da moda” ou “doença de rico”, são transtornos reais que causam sofrimentos reais, podendo até mesmo levar à morte.

Várias organizações preferem usar o termo “transtorno mental” ao invés de “doença mental” e “paciente mental” alegando que estes apoiam a dominação do modelo médico.


O termo “transtorno” é usado por toda a classificação, de forma a evitar problemas ainda maiores inerentes ao uso de termos tais como “doença” ou “enfermidade”. “Transtorno” não é um termo exato, porém é usado para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecível associado, na maioria dos casos, a sofrimento e interferência com funções pessoais (CID – 10(Classificação Internacional de Doenças), 1992: 5).

Transtornos mentais são condições de “anormalidade” ou comprometimento de ordem psicológica, mental ou cognitiva que afetam o desenvolvimento do indivíduo em seu âmbito familiar, social, profissional, escolar, na compreensão dos outros e de si mesmo, na possibilidade de desenvolver autocrítica, na tolerância a problemas do dia a dia e no alcance do prazer na vida em vários domínios.

Os transtornos mentais, em geral resultam da soma de muitos fatores como:

• Alterações no funcionamento do cérebro;
• Fatores genéticos;
• Fatores da própria personalidade do indivíduo;
• Ação de um grande número de estresses;
• Agressões de ordem física e psicológica;
• Perdas, decepções, frustrações e sofrimentos físicos e psíquicos que perturbam o equilíbrio emocional;

Pode-se então afirmar que os transtornos mentais não têm uma causa específica, mas que são formados por fatores biológicos, psicológicos e socioculturais. 
É imprudente assimilar transtorno mental à loucura, o indivíduo não é louco, mas está doente e precisa de tratamento médico e/ou outros tratamentos, como tantas outras doenças somáticas. Os transtornos mentais como a ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, dependência química, demência e esquizofrenia podem afetar qualquer indivíduo a qualquer momento e a qualquer época da sua vida.
O fato é que os transtornos são bem mais comuns do que se imagina. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os transtornos mentais atingem cerca de 700 milhões de pessoas no mundo, representando 13% do total de todas as doenças. Provavelmente você deve conhecer alguém que tenha ou teve algum transtorno mental, mas apesar de serem comuns, o sofrimento e o sentimento de incapacidade que são causadas por essas doenças podem ser bem maiores comparados com outros problemas de saúde.
O Projeto São Paulo Megacity: estudo realizado pelo IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas de São Paulo com 5.037 residentes dos 39 municípios da região da Grande São Paulo, em 2012, indicou que a cidade com o maior índice de habitantes com transtornos mentais aqui no Brasil é a capital paulista.
Segundo a Agência FAPESP - Quase 30% dos habitantes da Região Metropolitana de São Paulo apresentam transtornos mentais, de acordo com um estudo que reuniu dados epidemiológicos de 24 países. A prevalência de transtornos mentais na metrópole paulista foi a mais alta registrada em todas as áreas pesquisadas.
A meu ver todos esses dados são identificadores alarmantes e que precisam ser levados em consideração desde já, não podemos esperar que esses dados venham a aumentar, até porque a nossa realidade de estarmos o tempo todo rodeados de agentes estressores e entre outros contribuem para isso. Penso que uma sociedade bem informada torna-se mais atenta e consciente de seu poder para prevenir e intervir quando preciso. É preciso acabar com esse estigma ligado a quem tem ou teve doença mental agarrado em inúmeros mitos e desinformações, dentre estes, de que o individuo com transtorno mental é “louco” apenas porque faz ou fez algum tratamento psiquiátrico ou é observado algum tipo de “anomalia” mesmo que esta “anomalia” não venha a comprometer sua vida.
Acredito que para termos uma sociedade bem informada e preparada para lhe dar com essa realidade cada vez mais crescente em nossos dias atuais, deve haver um maior investimento no desenvolvimento de mais pesquisas que nos dêem um norte de qual caminho trilhar para buscarmos um equilíbrio da saúde mental da população, muitas coisas ainda precisam ser descobertas, devem dar mais espaço para a divulgação em mídia do que são esses transtornos, como identificar e como buscar tratamento, os debates no meio acadêmico devem acontecer com mais freqüência como forma inclusiva e como forma de diluir os preconceitos estabelecidos pela sociedade. 
O preconceito e a desinformação são os maiores vilãos de quem encontra-se com algum transtorno mental, o temor de ser rejeitado por seus familiares, amigos e colegas de trabalho bem como ser desvalorizado e tachado pela sociedade de “louco” apenas porque fez ou faz algum tratamento psiquiátrico é um dos maiores fatores pela escolha de não buscar um tratamento adequado.
Vamos fazer a nossa parte e mudar nossos conceitos e atitudes diante dessa realidade, cabe somente a nós proporcionar melhores oportunidades a estas pessoas para que elas possam ter qualidade de vida, voltando-se para a sociedade como seres produtivos e principalmente confiantes de si e de seus propósitos.
Afinal, se prestamos mais atenção... “De perto ninguém é normal.” (Caetano Veloso)

Beijos e até a próxima!




“Ela” e sua correlação com a Nomofobia - Indicação de filme e breve resenha crítica

Oooooi! 

Voltei e trouxe mais uma resenha para vocês que fiz quando paguei a Disciplina de Psicologia na Contemporaneidade. O nosso mestre Paulo Aguiar, nos lançou uma proposta de assistirmos um filme projetado para no futuro, uma ficção científica mesclada com um romance originalíssimo (Ela – lançado em 2013, escrito e dirigido por Spike Jonzee) e fazermos uma correlação com um dos transtornos mais presente em nossa realidade conhecido como Nomofobia que explicarei melhor abaixo.

Logo de inicio, podemos notar nas filmagens tons bege e cenas escuras o que é proposital para ajudar a retratar e nos levar à história melancólica de Theodore, a pesar de a primeira vista achar muito “viajado”, com o decorrer das cenas e assistindo outras vezes pude observar o quão cheio de atualidades, detalhes e enigmas ele é. Mas bem, chega de blá, blá, blá e vamos a alguns pontos que achei interessantes no filme.

Theodore (interpretado por Joaquim Phoenix) é um homem deprimido, solitário, complexo, melancólico e com muita dificuldade em manter relacionamentos duradouros e até mesmo iniciar novos relacionamentos por ter medo de entrar de cabeça neles. Trabalha em uma empresa como escritor onde o principal objetivo é redigir lindas cartas cheias de sentimentos como se fossem feitas à mão para seus clientes, o paradoxo está em se viver em uma época altamente tecnológica e mesmo assim estes clientes preferirem terceirizar seus sentimentos comunicando-se através de cartas mediadas por uma empresa/pessoa que não conhecem.

A vida de Theodore se resume em basicamente: seu trabalho, jogos de vídeo game, salas de bate-papo, sexo virtual, pouco contato físico, poucos encontros com amigos e o processo de legalização da separação com a sua ex-mulher por quem ainda tem lembranças vivas e muito simbólicas deixando claro o quão feliz ele foi enquanto esteve com ela.
Diante da imensa solidão, Theodore decide instalar um SO - Sistema Operacional com uma inteligência artificial que rompe as barreiras do esperado, que lhe promete escutar, entender, conhecer, decidir por ele, organizando sua vida e compartilhando dos seus próprios sentimentos. Ao final das buscas e atualizações que o sistema automaticamente faz, visível que um é a projeção do outro com a única diferença de que um tem corpo e o outro não, o sistema acaba ficando a cara de seu operador. 
No princípio a impressão que ficou era de que esse programa serviria mais como um organizador de tarefas, um “apoio” ou até mesmo um “amigo/psicólogo”  já que ele tinha poucos amigos e mostrava-se necessitando de ajuda profissional uma vez que ele preferia trancar-se em sua “bolha” a ter que enfrentar a si próprio, aceitar as diferenças do outro e lutar por seus objetivos, um desses objetivos seria a reaproximação com sua ex- esposa que mesmo a amando, desiste de lutar por ela por medo de mudanças, medo da evolução, então fica a primeira questão no ar: E se todos nós fossemos abrir mão de um relacionamento porque o outro mudou ou cresceu? E não somos nós isso: uma “metamorfose ambulante”? Muitos de nós mudamos e crescemos mais um pouco todos os dias e o tempo todo, o sentido da nossa vida está em buscarmos um equilíbrio (mesmo que esse equilíbrio não seja por um longo período) para nossa vida tão agitada e tão cheia de tecnologias que tentam tragar o “nosso lugar”. 

O filme nos mostra muitos ângulos de visão, entre esses muitos, geram-se algumas perguntas que ainda não podemos responder com precisão, pois se levarmos em conta os diversos contextos e subjetividades, encontraremos várias respostas diferentes. Podemos pensar nas seguintes perguntas: É possível manter uma relação verdadeira e contínua sem nenhum contato físico? É possível a substituição de seres humanos por sistemas operacionais com inteligência artificial, perfeitos, nos colocando em posição inferior a eles no sentido de serem tão precisos e seguros e flexíveis e compreensíveis e tão equilibrados “emocionalmente?” (Sim, com todos esses “e” mesmo). Passamos a vida inteira buscando o contínuo equilíbrio e por sermos tão subjetivos, mutáveis e resilientes não conseguimos o que um sistema operacional em pouquíssimo tempo consegue nos superando tão facilmente como mostra no filme.

Uma das partes do filme que me chamou muita atenção, além da cena em que Theodore se dá conta de que todos na rua estão conectados a um aparelho de celular e possivelmente comunicando-se com a Samantha, me remeteu instantaneamente à nossa vida atual, onde dificilmente você anda pela rua sem notar alguém como se tivessem falando sozinhos andando pelas ruas com um discreto fone no ouvido conectado  a um aparelho celular, outra cena que me chamou atenção foi a que ele acha que o motivo da auto denominada Samantha por quem acaba se apaixonando (Seu SO, na voz sedutora e engraçada de Scarlett Johansson), não lhe responder era pela falta de conexão de rede, a agonia e ansiedade que são geradas por não conseguir falar com Samantha é notória em seu semblante e o desespero fica visivelmente instalado no seu corpo no momento em que ele cai na rua de tanto correr  tentando encontrar um sinal para poder se conectar com Samantha deixando claro que o individuo sofre de Nomofobia ou No-Mo (No Mobile phone phobia – fobia de ficar sem celular)


Fobia identificada pela primeira vez na Inglaterra  em 2008, um dos mais novos transtornos da atualidade, esse transtorno é causado por uma forte sensação de angústia ou fobia, que surge quando alguém encontra-se impossibilitado de comunicar-se ou se vê incomunicável estando em um determinado lugar sem um aparelho de comunicação móvel mas podendo ser ampliando para qualquer tipo de tecnologia. Identificou-se com essa fobia? Isso é um sinal de que sua saúde mental precisa de atenção.

Acredito que a grande questão é: Até que ponto a vida onlline dificulta a vida offline? É de conhecimento acredito que de todos, que o uso de forma moderada de qualquer tecnologia não nos traz danos, mas a raiz do problema está em achar que de posse de tecnologias “podemos tudo” e passamos a resolver tudo que queremos através dela, a nos comunicar e fazer novas amizades (mesmo que nunca venhamos a conhecê-la pessoalmente) e passamos a fazer coisas somente para nos tornarmos visíveis nesse mundo virtual ao invés de priorizarmos nossos grupos de sistemas sociais mais próximos, não estamos percebendo, mas com o uso exacerbado dessas tecnologias, estamos nos tornando desumanizados, tendo em vista um simples exemplo para ilustrar essa “desumanização” podemos perceber como sem notarmos, ao nos comunicar pelo WhatsApp ou outro tipo de comunicação que necessite de escrita, nos deparamos trocando palavras por “Emoticons” que simbolizando nossas emoções, mas afinal, essas emoções são mesmo verdadeiras? 

Aqui no Brasil, a quantidade de aparelhos de celular já ultrapassa a quantidade de habitantes, é muito comum entrarmos em um ônibus, por exemplo, e ao invés de vermos pessoas dialogando umas com as outras, lendo um jornal ou um livro ou simplesmente observando e/ou admirando o mundo ao redor, nos deparamos com pessoas muitas vezes inexpressivas, em condição de “zumbis” onde estão roboticamente conectadas com seu iPod, Smartphone ou tecnologia semelhante, buscando de alguma forma estar presente, “materializar-se” em qualquer lugar exceto onde seu corpo está, sim, essa é a impressão que se passa, por onde passamos vemos apenas o corpo de pessoas grudadas com seus aparelhos, mas a sua mente está sempre em outro lugar. Chegamos a um ponto em que damos prioridade a entrarmos em um lugar para comprar ou consumir algo (e muitas vezes nem isso) só porque lá tem Wi-fe! Projetamos em um mundo virtual algo que não somos, mas sim, que gostaríamos de ser.


“Ela” nos convida a pensar nesse futuro que a principio parece tão distante e que agora nos deixa desconfortáveis ao vermos cenas tão “absurdas”, mas que talvez em breve seja algo normal fazendo parte da nossa história atual. Diante deste contexto apresentado no filme devemos começar refletir seriamente para onde estamos caminhando e aonde iremos chegar com o excesso e mau uso dessas tecnologias. 

Espero que possam ajudá-los de alguma forma.

Beijoos e até mais!